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Gestão financeira: você executa o balanço patrimonial?

  • Foco Rural
  • 13 de fev. de 2020
  • 4 min de leitura

O foco da profissionalização da gestão é a adoção imediata de ferramentas de planejamento e controle financeiros. Como falamos no artigo anterior, o Balanço Patrimonial deve ser elaborado e incorporado no dia a dia dos produtores rurais. Portanto, vamos discutir um pouco sobre esta importante ferramenta de gestão financeira.

O Balanço Patrimonial nada mais é do que um conjunto de informações sobre a situação em que se encontra uma empresa num determinado momento. Consiste em levantar o patrimônio da empresa rural, fazer inventário dos seus bens, direitos e obrigações, dando valor a tudo, e servirá como balanço de abertura da atividade do produtor.

O período indicado para a realização do levantamento poderá variar bastante em função do tipo de atividade envolvida, do ciclo de produção e da necessidade de o produtor obter estas informações. Salienta-se que este deverá realizar-se, no mínimo, uma vez por ano, sempre no mesmo período. Deve-se optar sempre pelo período de entressafra das atividades, e se a empresa for diversificada, deve-se observar a entressafra daquelas atividades que participam com maior receita para a empresa.


Estrutura do Balanço Patrimonial

O ATIVO: Informa como são aplicados os recursos da empresa, sem importar de onde eles vêm. Essas aplicações se materializam na forma de bens e direitos.


O PASSIVO: Diz qual é a origem dos recursos que a empresa está usando. Se de terceiros, próprios ou ambos.



Análise de balanço

O mais importante para qualquer gestor é desenvolver a habilidade de saber analisar o seu negócio, por isso, vamos nos deter em apontar os principais indicadores que são trabalhados na análise do Balanço Patrimonial.

A) Capital circulante líquido ou Capital de giro: Indicador importante para análise, principalmente no curto prazo da empresa rural. Podemos dizer que o CCL é um valor com o qual o produtor poderá contar, no curto prazo, sem necessidade de recorrer à capitais de terceiros, ou ainda, o limite até o qual o produtor poderá orçar suas próximas atividades sem problemas de caixa. Este valor representa o capital disponível para a empresa movimentar seus negócios até a próxima safra ou desfrute, sendo que deve ser avaliado de duas formas:

+ Se suficiente: analisar a oportunidade de obter maiores rendimentos com o excedente, sendo aplicando no mercado financeiro, investindo na produção, na capacitação do pessoal, melhorias na estrutura produtiva da empresa, antecipando compras na busca de melhores preços ou melhores relação de troca, manutenção de estoques buscando época adequada de preços dos produtos.

+ Se insuficiente: analisar em primeiro lugar se as margens de lucro das atividades desenvolvidas não estão negativas, visto que atividades que não remuneram deverão ser analisadas e se necessário encerradas na empresa. Se o capital de giro é negativo apenas momentaneamente, resultado de investimentos recentes em imobilizados, frustrações de safras resultantes de condições ambientais adversas ou erro operacional, devemos analisar a possibilidade de obter recursos de terceiros, sempre analisando taxas de juros adequadas com a realidade da remuneração da atividade. É importante analisar além da taxa de juros cobrada, também os prazos dos contratos. Muitas são as fontes de recursos disponíveis para o agronegócio, devemos nos preocupar em manter um relacionamento aberto com as instituições de crédito, facilitando o acesso nos momentos mais difíceis.

→ Dica: muitas vezes nos deparamos com empresas que possuem obrigações a juros altos como cheque especial, crédito pessoal, entre outros, ao mesmo tempo possuem dinheiro disponível em aplicações bem menos rentáveis como planos de previdência privadas, títulos de capitalização, ou imobilizados de pouco uso e remuneração, e muitas vezes sem relação com a atividade produtiva, como terrenos na cidade, imóveis para aluguel. Esta relação negativa entre crédito e débito compromete os ganhos da empresa, principalmente se perdurar por períodos mais longos.

B) Índice de Liquidez Corrente (ILC): Mede a capacidade de pagamento da empresa no curto prazo. Indicador que mostra a relação existente entre os recursos disponíveis e a o exigido pelas dívidas no curto prazo. Importante observar, além da disponibilidade de recursos para pagamento das dívidas, também a época em que ocorrerão as entradas e saídas do caixa.

C) Índice de Liquidez Seco (ILS ): Mede a capacidade de pagamento da empresa levando em consideração apenas o ativo de curto prazo mais líquido ou seja, mais disponível, determinando portanto, o grau de independência da liquidez em relação ao estoque e aos produtos não acabados. No setor rural isto é de fundamental importância devido aos elevados riscos ambientais em que a produção em elaboração esta sujeita. Conforme o risco, é importante avaliar a capacidade de pagamento sem contar com receitas futuras resultantes de produtos em elaboração ou da utilização de estoques de insumos.

D) Índice de liquidez geral (ILG): Mede a capacidade de pagamento total, tanto no curto como no longo prazo. O fato da atividade rural depender de uma estrutura relativamente grande para produzir e da maioria das empresas usufruir de financiamentos de longo prazo para compor sua estrutura patrimonial temos, na maioria dos casos, um índice de liquidez geral menor do que 1 (um), demonstrando a necessidade de continuidade no processo produtivo e da obtenção de resultados positivos para saldar as dívidas de longo prazo.

E) Grau de imobilização: representa quanto do patrimônio da empresa está imobilizado em bens. Se este valor for muito próximo de 100 devemos avaliar se não está nos faltando capital de giro, visto que devemos procurar manter parte do nosso dinheiro disponível para usar adequadamente a estrutura de bens que formamos durante os anos. De nada adianta formarmos uma excelente estrutura de produção se não tivermos condição de mantê-la funcionando e produzindo.

F) Grau de endividamento: Mede o volume de capital de terceiros utilizados nas operações no período. Nem sempre um alto grau de endividamento representa uma situação ruim. Neste item temos que observar que o uso de recursos de terceiros nem sempre é um problema para a empresa. Muitas vezes o crescimento do negócio se dá a partir do uso de crédito rural. O importante é observar o perfil das dívidas e comparar com os resultados dos negócios, analisando a capacidade de pagamento.

Quando temos uma série histórica de balanços patrimoniais, poderemos utilizá-los para avaliar o crescimento do patrimônio líquido da empresa. Este é um dos objetivo de qualquer gestor, pois representa que os negócios desenvolvidos estão sendo revertidos no crescimento do patrimônio, e portanto, também disponíveis aos sócios proprietários.

Esperamos que este artigo tenha lhes ajudado a entender um pouco mais desta ferramenta, e que a partir de agora possa utilizar não só na sua empresa, mas também para analisar os negócios de suas cooperativas e associações.


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